Por: Erik Kleiver
Estou
bêbado, e nem me lembro de onde vim. Disseram-me que um homem de branco que
vinha cantando na rua, me deu alguma coisa e eu bebi. Por isso estou assim.
Está muito escuro. As luzes dos postes me fazem ver sombras de lobos. As
pessoas em alvoroço entram em suas casas, e fecham as janelas. Devem ser lobos ferozes
mesmo, mas nem sinto medo. Continuo a caminhar, cambaleando nessa rua sem fim,
aquela luz fica cada vez mais longe. Tenho aquela sensação de que alguém me
observa desde sempre. Nessa árvore os morcegos ficam me olhando, só vejo seus
olhos, são morcegos. Do outro lado vejo um cachorro que começa a me seguir, vem
se aproximando até que fica andando ao meu lado. Num silêncio mórbido, de
repente aquele cão late de forma assustadora. Em um movimento instintivo pulo
com os dentes em seu pescoço e como um animal estraçalho o miserável. E eu não
lembro mais de nada. Apenas de seu sabor.
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